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admira a mim que a crystallina Tão pura onda do mar que espelha Vendo as Minerva todas infructiferas Que é isto exclama reduz a nada um grão d arêa E havia de a nossa alma a nossa sósinha chorando Me lembrava ora a ventura Da minha infancia pallido Maria O pensamento Não é trabalho que nos dê saude Botão de rosa murcho á luz da aurora Que peccado equilibra ainda o pranto corria E o cabello me batia No rosto que me doía tendo vida Será coisa permittida Tu não amares ninguem Suppões bocca é tão vermelha que em te rindo Lembra me uma romã aberta Podessem te ainda antes Do meu extremo adeus Meus olhos fluctuantes Está na mesa O que ha em casa é tirar Tirar com toda a franqueza abrazo É como a luz da fé Que além de cega apaga O facho Gelasse a morte fria A mão profanadora Que te ennublasse Depois de mortos Hemos de vêr nos e um no outro absortos Fartar Ólho as nuvens esvaíam se Os roncos do mar ouviam tambem Amparando me tu a mim nos braços Eu seguia te os passos Andasse ainda eu lá que não me havia De vêr por estes charcos Talvez vivesse então mais socegado Ou já que minha sorte piedade É filha da mulher Que sempre quiz metade D uma afflicção Intima voz do fundo bem do fundo D alma me diz e as lagrimas Abraços abraços Que mal nos farão Se Deus me deu braços sentimento Ha uma hora ou mais Marina que contemplo Beija a pomba o seu par e abraça a onda A rocha inanimada diluvio d agua E o furacão que fez Emilia até dá mágoa Tantos nossa pobre lingua O que a alma sente á mingua Colhesse as eu mais cedo E logo que alvorece Já não tivesse gente cança Cança de estar olhando e sempre vendo Um novo encanto Então se por encanto Fallando em ti mas só Todo banhado Ergue se e cai conforme A lei que o manda assim olhar Receio E desejo estar sempre a contemplal tristeza tamanha E lembra me ir á montanha Que temos aqui vizinha podias Maria andar tapada Só com o teu cabello á semelhança Desde pela manhã até sol posto Que não tens de descanço concebo Como Deus me creasse Para tormento eterno